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quinta-feira, 29 de março de 2012

O Perdão é a Cura para o Medo

Como nos lembra o Dr. Austro Queiroz, O Perdão é a Cura para Todos os Males. Isso porque o medo é a causa de todos os males. Logo, quem puder curar-se do medo estará curado, automaticamente, de todos os males.

Culpa, Medo, Ódio


É um conceito muito conhecido de praticamente todo mundo é o de "Pecado original", que atesta que todo ser vivente vem à Terra maculado pelo "erro" que Adão e Eva teriam cometido no Paraíso, ao provarem do fruto da Árvore do Bem e do Mal.

Na verdade este "pecado original" não é como uma dívida que passa de geração a geração como uma herança maldita. Trata-se, isso sim, do sentimento de culpa que mantemos em nosso inconsciente no decorrer das incontáveis encarnações pelas quais venhamos a passar.

A briga com Deus


Tal culpa provém de que em um dado momento nós nos acreditamos separados de Deus. Isto é um delírio, pois é impossível separar-se de Deus, ou Deus não seria Deus.

Contudo, a alma se crê em separação, e isto gera a culpa. A culpa logo vira medo do julgamento divino (mas convém dizer que Deus não julga, pois julgamento não é uma característica de Sua Perfeição; quem julga é o ego). E para tentar aliviar a culpa e o medo inconscientes a alma passa a projetá-los na forma de ódio (e suas diversas manifestações, como agressão, julgamento, etc) sobre o outro e sobre Deus.

Só o perdão cura a culpa


Até que nos conscientizemos de que realmente não existe o outro, uma vez que somos todos Um só, viveremos cada instante de nossa vida acreditando que cometemos erros contra nossos semelhantes, ou contra Deus (o que gera culpa) ou que cometeram erros contra nós (o que gera ódio).

A única maneira de sair desse ciclo vicioso milenar é perdoando.

Em última análise, perdoando a si mesmo, mas querer abreviar o processo que necessariamente implica perdoar o outro seria uma forma risível de tentar trapacear com a Salvação.

O perdão é uma atitude mental


Assim como outras, perdoar é uma atitude que requer prática, que leva à perfeição.

Tanto uma criança não nasce sabendo falar e precisa aprender, e no começo ela mal consegue balbuciar sílabas soltas, quanto precisamos aprender a perdoar, e o começo pode ser bastante difícil.

No fundo todos são inocentes


Se desistirmos de achar que o mundo é real, quando na verdade ele não é mais do que um sonho, vamos constatar que todo e qualquer ser é um inocente que precisa perdoar e perdoar-se pelo que não fez (separar-se de Deus, embora o ego queira que você pense que está separado e que será punido por isso a não ser que arranje um bode expiatório que assuma a sua culpa inconsciente).

Mas como na verdade o Filho nunca se separou do Pai, este pecado que provoca tanta culpa não existiu. E tampouco o que percebemos como universo sequer um dia existiu.

E se o universo não existe, tudo é apenas um delírio,

A recompensa será divina


A prática do perdão continuado e irrestrito, incondicional, é a consequente Expiação de toda culpa incondicional, que leva ao bem estar e à paz constantes.

Perdoar o outro é perdoar a si mesmo.




Não deixe de ler:

  1. A Experiência do Medo no Caminho de Volta à Inocência

  2. O Medo da Origem é o Mal

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Medo de Finalizar Relações

Um dos medos que grassam pela nossa sociedade moderna, notadamente na ocidental, é o medo de terminar relacionamentos --- sejam eles profissionais, amorosos, simples amizades ou quaisquer outros.

É muito comum que mulheres casadas com homens ingratos, traidores, desrespeitosos, violentos até, permaneçam casadas por medo de terminar o relacionamento, e todos os pretextos para manter a relação doentia parecem muito legítimos, mas raramente passam de desculpas internas para não enfrentar o medo do fim.

E com os homens também se dá o mesmo: permanecem casados com mulheres que não os atraem, que não os estimulam, que não agregam valor em suas vidas, que não são aquelas pessoas que pareciam ser no início do casamento.

Não raro estes relacionamentos se seguram nas falácias de que os filhos vão sofrer muito com a separação; que vai sair muito caro dividir o patrimônio, quando há; de que os pais não suportariam presenciar a separação do filho ou da filha; e por aí vai a mentirada.

Com os relacionamentos comerciais ou profissionais dá-se a mesma coisa.

Muitos empregados não suportam a empresa em que trabalham, passam a maior parte produtiva de seu dia fazendo algo de que não gostam (para não dizer fazendo algo que abominam), com colegas com quem não se afinam. Mas ainda assim permanecem violentando-se diariamente, criando doenças que só materializam o mal estar que o dia a dia representa.

Muitos chefes e patrões também gostariam de mandar empregados insolentes, improdutivos, desrespeitosos embora, mas apegam-se a desculpas esfarrapadas para adiar o fim do relacionamento profissional, inventando desde preocupações (legítimas ou não) com a situação da família do empregado caso ele fique desempregado, até "medos" de represálias ou retaliações públicas.

Os trabalhadores autônomos, então, que não contam com a suposta segurança do salário garantido que têm os empregados e funcionários públicos, acabam muitas vezes por aturar clientes que nem representam lucro, que causam dissabores, que não respeitam, pela ilusão de que se "perderem" um cliente vão estar em péssima situação.

Todas estas situações acima ilustram um medo comum: o medo de dar fim a um relacionamento desgastado.

As origens deste medo podem ser muitas, mas cabe a cada um investigar qual (ou quais) traumas do passado ainda permanecem vívidos o suficiente para insuflar receios muitas vezes infundados. Cabe a cada um relativizar estes momentos traumáticos, e em vez de sufocá-los (o que implica dar mais força ao medo, que então age sem nenhuma força consciente que o limite) acolher o momento como algo necessário para o seu crescimento pessoal, conscientizando-se que desde o momento traumático até o presente a pessoa já mudou muito, está mais madura, mais inteligente, mais forte, e por isso mesmo caminhando a passos largos rumo à imunidade àquele problema.

Além disso, há que se ter uma crença em alguma Verdade Profunda (seja na lógica pura, seja na Divindade do coração da pessoa, seja nas assim chamadas "Forças do Universo", etc). E essa crença vai dar à pessoa a confiança necessária para saber que ao seguir seu coração tudo vai se ajeitar, e que o transtorno de encarar a outra pessoa e --- de acordo com cada contexto --- dizer a ela para ir embora é um preço baixo a se pagar tendo em vista o benefício vindouro.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Medo do Sucesso

De vez em quando ouve-se por aí a expressão "medo do sucesso", que normalmente só é entendida de primeira por quem não o tem, ou já o superou.

Na verdade, como todo medo, talvez o medo não seja do sucesso propriamente dito, mas das consequências deste.

Para simplificar, vamos tomar dois exemplos hipotéticos para meditar acerca do "medo do sucesso": o sucesso profissional e sucesso nos relacionamentos. E pelo mesmo motivo de simplificar, não vamos entrar no mérito que para pessoas diferentes, conceitos diferentes de sucesso.

As pessoas que tem medo do sucesso profissional (ou das consequências do sucesso profissional) normalmente têm traços de mesquinhez, de sovinice. São pessoas que preferem ficar na mediocridade porque se fizerem sucesso e ganharem dinheiro --- aí sim vem seu verdadeiro medo --- terão que dividir o resultado de seu esforço com outros.

Talvez por ter sofrido na infância algum trauma porque lhe obrigavam a abrir mão do que era seu de direito para dar a outro que não necessariamente merecia aquele benefício.

Talvez porque tenham medo de morrer, e imaginem que compartilhando o fruto de seu sucesso venha a faltar-lhes o suficiente para sobreviver.

Talvez porque não saibam ainda que são livres e soberanas para decidir o que desejam, a cada instante de sua vida, e que não existe essa história de "ter que", a ponto de sua vontade não ser respeitada.

Da mesma forma, podemos imaginar que as pessoas que têm medo do sucesso nos relacionamentos pessoais também sofrem de mesquinhez afetiva.

Talvez sejam pessoas que na infância tenham sido privadas do amor dos pais, ou acreditaram-se assim, e na fase adulta projetam essa crença introjetada em seus relacionamentos, procurando sempre pessoas que não vão amá-las na mesma medida, ou que estejam sempre propensas a abandoná-las.

Assim, essas pessoas desenvolvem um medo profundo de ter um relacionamento saudável, porque temem o que possa acontecer depois: perder o amor de sua vida, serem abandonadas, humilhadas, roubadas no seu sentimento.

Pode ser muito fácil vencer o medo do sucesso. Basta que a pessoa tenha coragem de analisar o medo (sem ter medo do medo, por absurdo que isso possa parecer); humildade para aceitar que o medo faz parte do universo que cada indivíduo é, por isso mesmo não pode ser rechaçado sem ser antes conhecido; e honestidade para não trapacear contra si mesmo no processo de investigação do medo; e, claro, coerência para saber que ao atingir um nível de consciência mais elevado do que tinha antes a pessoa tem de passar a agir de acordo com essa nova consciência, sem achar que ser incoerente com relação à consciência alcançada seja algo pelo qual se passa impunemente.

Hipnose para Vencer o Medo

As pessoas que sofrem de paranoia, pânico, medo intenso, fobias, ou seja qual for a denominação que a ciência dê para a situação, não raro estão dispostas em algum nível a fazer o que for preciso para acabar com o medo, principalmente se a solução puder vir de um ritual, de uma pílula ou até mesmo de uma cirurgia.

Entre os muitos expedientes que a medicina tradicional encontrou para "tratar" o medo está a hipnose, que muitos pacientes e terapeutas consideram, mesmo que oficiosamente, como a "cura definitiva" do problema.

Não é.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Como vencer o medo?

Se alguém se pergunta sobre "como vencer o medo", podemos inferir que para este alguém o medo é um adversário, uma entidade abstrata (creio) contra a qual o sujeito tem de lutar.

Partindo desse pressuposto, podemos dizer que o primeiro passo para vencer o medo, assim como para vencer qualquer oponente, é conhecê-lo o melhor possível.

Só que tem um problema: as pessoas têm medo de conhecer o medo, e por isto não o conhecem realmente. Pode parecer absurdo, mas é a mais pura verdade.

O medo de conhecer o medo é um problema para quem deseja vencer o medo, porque só há uma maneira de conhecero medo: entrando nele.

Entretanto, quando a pessoa toma a resolução firme, em seu coração, de enfrentar e adentrar o medo --- o que não implica necessariamente deixar de senti-lo, longe disso --- ela está munindo-se de ferramentas que o próprio medo dá para ser vencido.

Sem querer antecipar o dever de casa de ninguém, posso dizer que minha experiência pessoal tem demonstrado que todos os medos se adiam. Quero dizer: eu não tenho medo de fazer alguma coisa, tenho medo é da consequência que tal ato possa ter, e ao olhar para esse medo da consequência surge outro medo para mais além, e assim sucessivamente.

Basicamente, os medos são originados ou no instinto de conservação ou em traumas do passado. Mesmo medos como o da solidão, o de passar apertos financeiros, ou outros "embasados" em alguma justificativa aparentemente racional comungam de uma dessas duas origens básicas.

Medos originados em traumas podem ser os mais cruéis, mas também os mais fáceis de vencer. Basta que o sujeito conscientize-se de que esta ameaça não existe mais, e que aquele momento no passado não vai mais se repetir, a não ser na mente da pessoa (aí pode ser eterno) ou se ela mesma construir o contexto para que o trauma se confirme.

Nesta categoria, dos medos originados em traumas, podemos incluir aqueles que não parecem sê-lo: medo de ficar desempregado, por exemplo. Não parece, mas é um trauma que muitas pessoas têm e por ser algo tão comum elas sequer se apercebem disso. Talvez o indivíduo nunca tenha ficado um dia na vida sem trabalho (meu caso, por exemplo), mas ainda assim ele tem medo de ficar sem os meios para viver e sustentar sua família com dignidade; este é um trauma que é reforçado diariamente, a cada hora, pelas notícias que se divulgam nos meios de comunicação em massa, pela partilha de medos e preocupações de terceiros, etc.

Já os medos originados no instinto de conservação (claro que o medo de morrer é o mais comum, mas há outros) podem ser vencidos se o sujeito conscientizar-se de que, assim como toda criatura viva na face da Terra, em algum momento ele também vai morrer. Saber-se como um ser cuja existência física vai acabar em algum momento é, acima de tudo, uma prova de consciência da condição humana.

Isto acaba levando a um outro âmbito a reflexão: o das crenças.

Não cabe a mim julgar as crenças de ninguém, e não o faço (embora não possa deixar de conjeturar sobre elas). Da mesma forma, pouco se me dá que julguem --- e principalmente que condenem --- o meu sistema de crenças. Ele me serve, e é praticamente imutável em sua essência: as adaptações que recebe no decorrer do tempo servem apenas para dar uma forma mais útil às minhas crenças, não para mudar a sua base.

A fim de vencer o medo da morte, é mister que o sujeito tenha uma crença muito sólida em algo que seja verdadeiro, ou que lhe pareça verdadeiro. Essa crença nessa Verdade Profunda, por assim dizer, é que vai dar à pessoa estabilidade, autoconfiança e energia para conhecer cada um de seus medos, mapeá-lo e seguir em frente.

Entretanto, é necessário que tudo isso esteja amarrado pelo fio da coerência, sem a qual todo esse conhecimento e esse trabalho de autoconhecimento serão meramente letra morta, conversa fiada, e em vez de vencer o medo o sujeito se deixará enrolar por ele, até ser sufocado como num ataque de jiboia.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Além do Horizonte do Medo

Estava aqui ouvindo esta canção do Roberto Carlos (e Erasmo), Além do Horizonte, e fiquei pensando que horizonte é esse além do qual a alegria e a felicidade existem, e onde se pode viver em paz num paraíso de amor.

Ora, a (minha) resposta veio imediatamente: só pode ser o horizonte do medo. Qual mais seria? E aqui não falo de medo específico, e sim do medo comum a todos os seres vivos, seja ele medo de morrer ou medo de avião.

Mas todo medo terreno aponta para um medo maior, mais alto: o medo de não existir depois que a matéria se for. Pois o medo de estar separado, excluído, de estar sozinho na terra e distante de Deus nos leva a pensar em como é isso depois de passarmos desta para melhor. Mesmo os que negam a Deus, ou o Criador, o Cosmos, Universo, ou o nome que Ele receba em cada cultura, ou seja, os ateus, será que eles deixam de pensar seriamente sobre o que restará depois da morte física?

Já ouvi pessoas que não acreditam em vida espiritual após a morte do corpo defender esta ideia com unhas e dentes numa hora, mas em outra entram em dúvida, e hesitam na própria afirmação, ficando com medo de que seja diferente.

Mas pelo menos podemos pensar a questão, indo além do limite do medo de as coisas não serem como a gente imagina. Indo além do nosso próprio ego, que é nossa memória morta do passado, podemos nos conceber como seres com alma, espírito e consciência, e que esta consciência não acaba depois da morte física. Para isso, precisamos deixar de pensar esta ideia para além do sentimento comum a todos os seres encarnados, que é o medo da morte.

Tem um conceito interessante sobre isso que me lembrei outro dia, que é: nós somos aquele que continua, ou seja, o "eu" em nós que está vivo, presente no momento presente, independente de tudo que tenhamos passado e das sequelas que temos ainda disso, mentais, emocionais ou físicas. Eu sou aquele que continua vivo no momento presente, atento ao que se passa comigo aqui e agora. E isto é o que vale, apesar de qualquer coisa boa ou ruim que pensemos de nós mesmos.

Voltando então à canção do Roberto, entendo que para conhecer o Paraíso de Amor, a gente precisa ir além do horizonte do medo, qualquer que seja ele, da maneira que cada um puder e no tempo que puder.

Pois a ideia aqui é de vencer o medo, superar a si próprio, ir além do nosso horizonte limitante de medo, que é o famoso único inimigo (interno) que temos, como dizem os orientais, encarando-o, entrando nele, para aprender a sair dele.

Boa meditação,

Gentil.

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Vamos então à música do mestre Roberto Carlos, que nos incentiva a procurar o que está além do horizonte. Vejam esta bela versão desta canção, que acho de arrepiar, numa parceria com Jota Quest (eles mudam a letra um pouco na apresentação, fazendo improvisos; mais abaixo, uma versão somente do Jota Quest):

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Além do Horizonte deve ter

Algum lugar bonito
Prá viver em paz
Onde eu possa encontrar
A natureza
Alegria e felicidade
Com certeza...

Lá nesse lugar
O amanhecer é lindo
Com flores festejando
Mais um dia que vem vindo...

Onde a gente pode
Se deitar no campo
Se amar na relva
Escutando o canto
Dos pássaros...

Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora
De voltar...

Bronzear o corpo
Todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida
Sem frescura...

Se você não vem comigo
tudo isso vai ficar
no horizonte esperando
por nós dois

Se você não vem comigo
nada disso tem valor
de que vale o paraíso
sem amor

Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Prá gente se amar...

Lá Larálarálarálará Lalá
Lá Larálaralarálará Laralá
Lá Laralaralarálará Lalá
Lá Larálarálarálará Laralá...(2x)

Se você não vem comigo
Tudo isso vai ficar
No Horizonte
Esperando por nós dois...

Se você não vem comigo
Nada disso tem valor
De que vale o paraíso
sem Amor...

Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Prá gente se amar...

Lá Larálarálarálará Lalá
Lá Larálarálarálará Laralá
Lá Larálarálarálará Lalá
Lá Larálarálarálará Laralá...(2x)

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O melhor é viver sem medo

Ouvindo esta canção da Rosana Arbelo, cantora espanhola (nascida em 1963), Sin Miedo, que um amigo meu de Barcelona me enviou, me lembrei que quando eu era criança eu sonhava constantemente com as coisas que eu queria fazer na vida. Eu não tinha medo de sonhar, pois naquela época eu era um sonhador. E hoje me dou conta que realizei o que eu sonhava naquela época, e muito mais.

Quando eu era pequeno, morando no interior de Minas Gerais, meu maior sonho era morar numa cidade grande e fazer faculdade. E isso faz tempo que fiz: me graduei em Letras em 1991. Na graduação, sonhei em traduzir as Folhas de Relva de Walt Whitman, o que comecei no mestrado, continuei no doutorado, estando agora continuando neste trabalho (publicado no site Poesia de Whitman). Durante esse tempo, sonhei em publicar meus escritos e traduções, o que também fiz e estou fazendo. E agora, quando eu achava que tinha parado de sonhar, recordei a minha infância e estou vendo que posso continuar sonhado com o que quero pra mim, posso ser de novo um sonhador. E esta canção me ajudou a lembrar isso mais ainda, até porque o divino é o tema mais alto e freqüente abordado por Whitman em sua poesia. Segue o vídeo da música com a letra abaixo (a canção A Fuego Lento também é dela).



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SIN MIEDO (Rosana)

Sin miedo sientes que la suerte está contigo
Jugando con los duendes abrigándote el camino
Haciendo a cada paso lo mejor de lo vivido
Mejor vivir sin miedo

Sin miedo, lo malo se nos va volviendo bueno
Las calles se confunden con el cielo
Y nos hacemos aves, sobrevolando el suelo, así
Sin miedo, si quieres las estrellas vuelco el cielo
No hay sueños imposibles ni tan lejos
Si somos como niños
Sin miedo a la locura, sin miedo a sonreir

Sin miedo sientes que la suerte está contigo...

Sin miedo, las olas se acarician con el fuego
Si alzamos bien las yemas de los dedos
Podemos de puntillas tocar el universo, sí
Sin miedo, las manos se nos llenan de deseos
Que no son imposibles ni están lejos
Si somos como niños
Sin miedo a la locura, sin miedo a sonreir

Sin miedo sientes que la suerte está contigo...

Lo malo se nos va volviendo bueno
Si quieres las estrellas vuelco el cielo
Sin miedo a la locura, sin miedo a sonreir.

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Morihei Ueshiba: documentário sobre o grande Mestre

Caros leitores,

incluo aqui um documentário sobre o grande Mestre Ueshiba, um material raro e único. Ele está em cinco partes e é narrado em inglês. Mas isso não nos impede de apreciar as imagens, os movimentos e os treinos:


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Morihei Ueshiba: a verdadeira vitória é a vitória sobre si mesmo

Morihei Ueshiba (1883-1969), o criador do Aikido, também era mestre do Judô, Kendô e Jujutsu. Também foi o fundador da Aikikai, a Fundação que promove desde o final da segunda guerra mundial o Aikido pelo mundo.

Um dos fundamentos do Aikido é a não-violênica, o não atacar. Só o fato de você querer dar o primeiro golpe em alguém já significa treinamento insuficiente.

Isso também quer dizer que o único oponente, ou inimigo, é a própria pessoa.

Assim, a verdadeira vitória é a autovitória, a vitória sobre si mesmo, no presente, contra os inimigos internos.

Os mais perigosos, na visão de Ueshiba, são: o medo, a raiva, a confusão, a dúvida e o desespero.

Quando conseguirmos superar esses adversários de nossa paz interior, estaremos prontos para superar qualquer ataque exterior, pelo simples fato de que não estaremos mais expostos a eles e saberemos evitá-los, assim como os vencemos internamente.

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Para obter mais informações sobre Mestre Ueshiba, recomendo a vocês dois livros excelentes sobre o Caminho do Guerreiro: Segredos do Budo, de John Stevens, e Três Mestres do Budo, do mesmo autor, ambos pela Editora Cultrix.

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A relação de oponentes internos criada pelo grande Mestre, a serem superados por qualquer ser humano, e não apenas pelos seguidores do Caminho do Guerreiro, foi ampliada por um discípulo de Mestre Ueshiba, o Dr. Austro Queiroz, fundador/conceptor do Zen Budo: o Dr. Queiroz criou o Jogo do PAS, que é o Programa de Auto-Superação. Nele, há dez passos a serem percorridos para se chegar à Paz Interior. Os 9 primeiros passos desses dez podem ser também vistos como inimigos internos a serem vencidos. Embora estejam numa ordem diferente da fornecida pelo Mestre japonês, neste jogo os cinco primeiros passos são os mesmos:

1. medo,
2. raiva,
3. dúvida,
4. confusão,
5. desespero,
6. alienação,
7. demência,
8. exaustão,
9. morte,
10. renascimento.

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Você também pode acessar o Jogo do PAS pelo Blog do Jogo do PAS.

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sábado, 16 de janeiro de 2010

Alfred Webre: despertando para uma era de luz e amor

Alfred Webre, Juiz Internacional da Corte de Kuala Lumpur, ex-assessor do Presidente Jimmy Carter (1977) e Presidente de Exopolítica, fala sobre a humanidade, nossas almas, multidimensionalidade, interdimensionalidade, extra-terrestres, luz e amor, escuridão, cérebro reptiliano, vaticano, corrupção, Rothschilds, Rockefellers, Bush (senior e junior), Obama, Império Romano, dinheiro, poder, urânio radioativo, viagens no tempo, Gripe A, Sionistas, visão remota, Unidade Cósmica e o destino da humanidade e do planeta terra numa entrevista concedida na Espanha.

Assistam a esta importantíssima entrevista neste vídeo (ele fala em espanhol, de uma maneira bem pausada e fácil de entender para falantes de português):


Entrevista Alfred Webre from Manel Macià on Vimeo.

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Medo, fobia ou simples paranoia?

Estava lendo um artigo sobre a diferença entre medo, fobia e pânico, chamado Você tem medo de quê?.

Nesse artigo, os especialistas descrevem o medo, que dizem ser natural, que gera o processo clássico de luta ou fuga. Como essas reações eram naturais em contextos antigos, elas hoje provocam simplesmente o estresse, pois não estamos mais num ambiente em que podemos sempre lutar ou fugir. Ou seja, hoje nós racionalizamos isso, e na maioria dos casos não conseguimos resolver o problema, nos tornando pessoas estressadas pelo acúmulo de reações controladas de luta ou fuga.

Eles também descrevem na mesma matéria as fobias, como um medo aumentado, mas sem a causa do medo, ou seja, é uma reação sem objeto, que aparece apenas como um fantasma de algo que aconteceu em algum momento do passado.

Para dizer de maneira bem direta, uma fobia é uma paranoia, um medo gerado pela memória de um momento traumático vivido numa realidade que não existe mais. É como um programa que fica rodando automaticamente toda vez que se aperta determinada tecla.

E depois disso tudo vem o pânico, que é uma reação extrema totalmente irracional advinda de uma paranóia. Tanto que podemos sempre dizer que temos medo de algo (o objeto do medo é identificável), mas não pânico de algo. Pânico é pânico, não tem razão causal ou racional de acontecer. Mas acontece. Nessa hora, assim como nas fobias, a única coisa possível de se fazer é respirar fundo, inspirando e expirando pausadamente, para poder botar os nervos no lugar, focalizando mais a expiração do que a inspiração, pois temos mais excesso de ar do que falta dele.

Posso dizer isso de cadeira, pois já passei pelo pânico algumas vezes, e literalmente só a busca de calma através da respiração me salvou.

Para mim, os aspectos mais importantes desse processo é entender que uma fobia é uma memória passada, um programa, que se apresenta no presente como paranoia, ou seja, medo de que vá se repetir (é o passado gerando o futuro, e tirando a pessoa do presente). Por isso é preciso lembrar que isso é irreal, pois o que passou é passado, não vai se repetir. É mais importante trabalhar esta ideia, ou seja, focar o presente,  e verificar no contexto presente que ele não tem mais a causa do passado.

E trabalhar a respiração, que é um exercício físico/fisiológico que nos mantém no presente. A RESORI, ou Respiração Original é um excelente método para isso.

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domingo, 3 de janeiro de 2010

Como levar a vida em paz

Yamamoto Tsunetomo, grande samurai do século 18, escreveu o Hagakure, que é o Livro do Samurai que nos entrega os ensinamentos do Caminho do Guerreiro. Estes escritos dele foram produzidos depois que se retirou da vida de vassalo, quando seu senhor feudal morreu e a nova legislação proibia aos samurais de cometerem seppuku (suicídio ritual conhecido popularmente como harakiri). A partir daí ele levou uma vida reservada, de monge.

No capítulo II, pág. 103, da edição da Conrad, ele nos ensina:

"A vida do ser humano é realmente curta. A melhor maneira de viver é levar a vida fazendo o que você gosta. É tolice passar a vida toda envolvido pela ilusão que é este mundo, vendo coisas desagradáveis e fazendo apenas coisas de que não gosta. Mas é importante não dizer isso aos jovens, pois seria prejudicial se não fosse compreendido corretamente.

Quanto a mim, gosto de dormir. Pretendo me confinar cada vez mais dentro do meu quarto e passar a vida dormindo."

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

As irregularidades científicas da Gripe A (H1N1)

Vejam no vídeo  abaixo a entrevista concedida por TERESA FORCADES, que é freira beneditina no monastério de Montserrat, na Catalunha (Espanha), e doutora em Saúde Pública.

Ela  faz uma reflexão sobre a história da GRIPE A, dando informações científicas e enumerando as irregularidades envolvidas no assunto.

Como cientista, longe de especulações sobre "complôs contra a humanidade", esta cientista aponta para fatos ligados à proposta de vacinação em massa contra a gripe A-H1N1 como contendo graves irregularidades cientificas, como a constatação, no uso de cobaias, que a tal vacina, antes de conter virus atenuados contra a gripe, contém virus ativos da cepa da gripe aviária, altamente mortal mas pouco contagiosa, mesclada a um virus altamente contagioso, mas pouco mortal (da gripe A-H1N1), potencializando uma combinação dos mesmos altamente mórbida.

A cientista aponta ainda para o fato de ser incompatível a dita  gripe  A ser considerada uma pandemia, devido a sua baixa mortalidade (mais baixa que a gripe comum) e que esta declaração só foi possível porque a Organização Mundial de Saúde, OMS, retirou da condição de pandemia o índice de mortalidade, usando somente o critério contágio, o que colocaria qualquer gripe nesta condição e não apenas esta.

Como o critério de pandemia obriga aos países  proceder a uma vacinação em massa (se diz oficialmente que 4,6 bilhões de vacinas estão sendo elaboradas), resta o fato que nenhum seguro cobre os riscos desta vacina, já que os fabricantes receberam imunidades que os desresponsabilizam de eventuais danos secundários (efeitos colaterais).

Assim, aconselha a freira doutora, caso seja levado a cabo este intento de vacinação obrigatória em massa, inclusive sujeita à aplicação de multas diárias de 1.000 dólares aos que se recusarem, que o cidadão exija saber que seguro o cobre dos riscos de tal vacinação, que critério científico comprovou a inocuidade do produto.

Há muito mais explicações científicas trazidas por ela importantes de se conhecer.

Por isso aconselho a leitura do texto e a vista do vídeo bem como a difusão dos mesmos a amigos . Este comunicado pode despertar mais consciências, por ser científico e neutro, mais do que todos os textos de denúncia, onde se mescla o científico ao político.

Vamos dar vazão à nossa vontade de despertar e contribuir a este despertar cósmico, que se opera agora mesmo, como no caso deste vídeo, sob os nossos olhos.

Escutem a Freira Doutora.

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Equipe Vencer o Medo

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Encarando o tabagismo sem medo

Se você é fumante, certamente já deve ter pesquisado um pouco ou muito sobre os malefícios do cigarro à sua saúde.

Aliás, dificilmente uma pessoa que gosta de fumar seu cigarrinho está inconsciente dos efeitos dele em seu organismo. Eu mesmo, com 17 anos, já tinha lido muito sobre esse assunto.

Cheguei a fumar dois maços por dia. Mas parei aos 19, abruptamente. Mais tarde, já com mais de 25 anos, voltei a fumar, esporadicamente. Depois parei de novo. Há alguns anos, voltei de novo ao hábito, mas sempre de maneira espaçada, com dois ou três ao dia. Ás vezes um e outras vezes nenhum. E estou notando que a tendência é não passar disso.

Aproveitando que uma grande amiga minha decidiu olhar esta questão de frente, e como convivemos de maneira próxima, não tive como ficar alheio ao fato (afinal, eu comecei nessa senda por pura insegurança, e consequentemente, necessidade de auto-afirmação).

Se você tem o hábito de fumar ou isso já se transformou num vício, faça uma visita ao blog Parar de Fumar, para fazer uma meditação sobre isso, sem medo de olhar para o que lhe leva a inalar nicotina e outros elementos químicos.

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sábado, 14 de novembro de 2009

Sobre medo e paranóia

A canção Paranóia, de Raul Seixas, tem uma marca importante na minha vida. A primeira vez na vida que descobri que eu não fui a única criança a ter tido medo ao ficar sozinho e nu no banheiro foi ao ouvir esta música.

E certamente pelo mesmo motivo que o Raul: um padre da minha cidade natal vivia dizendo pra todas as crianças que Deus via tudo que a gente fazia, inclusive quando a gente fazia malcriações ou coisas "indevidas" debaixo do chuveiro.

E obviamente, como todo menino que ouviu algo assim de um padre, eu ficava na culpa de ter passado bons momentos no banheiro.

Ouvir essa música do Raul me aliviou muito, pois ele pegou exatamente no ponto: a paranóia, gerada por uma culpa de estar fazendo algo que Deus não gostaria que a gente fizesse. Afinal, se não fosse pra isso, e muito mais, por que motivo Deus criaria espécies que precisam se interrelacionar para poder procriar e se multiplicar? Por que motivo criaria corpos de sexos diferentes?

Para que outras crianças também saiam da culpa pelos feitos escondidos nos banheiros do mundo, e consequentemente de outras culpas posteriores influenciadas por essa, incluo aqui esta bela canção do Raulzito. A letra está abaixo.

Abraço,

Gentil

***

Paranóia
Raul Seixas


***
Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu...
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas...
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre...
Sempre... sempre...
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas...
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Para...nóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)...

Com amor e com medo...

O Mito do Phenix: Da Morte Psíquica ao Nascimento do Pensamento

O Phenix, Da Morte Psíquica ao Nascimento do Pensamento: movimento, referencial, identidade.

Da mesma forma que o phenix renasce de suas próprias cinzas, nossa consciência renasce da morte de nossas ilusões.
Aprender a passar por esse processo é um trabalho que exige uma profunda dinâmica de harmonização entre os sentimentos e a razão.
O mito do phenix nos traz o arquétipo universal desse processo, que nos foi legado pelos primeiros sábios da humanidade, a fim de guiar-nos em nossa busca de sentido para nossa existência, dividida entre os vários pontos de vista contraditórios que nos habitam, que vem da razão, dos sentidos, das sensações e das intuições.

A expressão morte psíquica se refere, assim, a esta sensação de morte que nos invade cada vez que entramos na dimensão de uma grande desilusão, devido à perda de uma de nossas crenças.

O nascimento do nosso pensamento é o momento em que nossa razão é capaz de refletir além da limitação do nosso medo, que é o medo fundamental de perdermos as crenças que nos servem de referencial em nossa vida.

O nascimento do nosso pensamento acontece quando sobrevivemos à desilusão que advém do desmoronamento de todas as nossas crenças, pois é quando começamos a pensar-nos além do medo que nos habita.

A partir daí, passaremos a raciocinar para além da fronteira do medo, num processo dinâmico de transformação, com a consciência sempre presente ao presente, ou seja, seguindo o movimento onipresente no universo, que é quem nos servirá de referência, em direção à consciência do todo.

***

Para aprofundar a leitura sobre este assunto, leia o livro O Phenix, Da Morte Psíquica ao Nascimento do Pensamento, do Dr. Austro Queiroz, publicado pela Madras Editora (para encontrar este livro no site da editora, digite Phenix na janela de busca; o site não fornece link direto para o livro).

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Experiência do Medo No Caminho de Volta à Inocência

O medo é um sentimento comum a todo ser encarnado, humano ou não. Entrar num corpo físico para experimentar a densidade da matéria causa medo a toda alma, que precisa perder a consciência de sua leveza e energia para se sentir no peso e escuridão da matéria.

Mas isso não é em vão. É um processo que leva a uma ampliação do conhecimento de si mesmo nesse espaço de incompreensão de si mesmo, de rejeição, de não se sentir amado, de perda de inocência, de culpa e de uma busca desesperada pelo paraíso perdido.

E tudo isso passa pela experiência de sentir medo, medo de tudo, e medo de nunca mais conseguir resgatar a própria inocência.

Por isso precisamos meditar demoradamente sobre este caminho de mergulho na inconsciência da própria inocência até vislumbrar uma luz de volta a ela, que nos foi trazida por Aquele que é chamado de “O Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.

Ele realmente fez isso, pois Ele encarnou sem culpa, sem perda de inocência, para nos trazer a mensagem de que o caminho de volta a ela é real.

É possível resgatar nossa inocência, que imaginamos perdida para sempre num mundo que nos puxa cada vez mais para fora de nós mesmos.

Precisamos reconquistar este espaço de meditação interior, de tranquilidade, para podermos avaliar o que é realmente importante para nossas vidas.

Para aprofundar essa meditação sobre o resgate da inocência, vale a pena ler  A INOCÊNCIA FUNDAMENTAL, do Dr. Austro Queiroz.

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Preciso aprender a perder o medo de só ser

Gilberto Gil é um de nossos maiores mestres, não só na área musical, mas sobretudo humana.

Gosto de ouvir e meditar sobre suas canções há muitos anos.

E achei muito interessante quando um grande amigo meu me apresentou esta música do Gil: Preciso Aprender a Só Ser.

Esta canção é uma resposta a um samba-canção que afirma o contrário: Eu Preciso Aprender a Ser Só.

E o Gil diz, que precisamos deixar nosso coração reagir e dizer esta frase profunda e filosófica: Eu preciso aprender a só ser, que é, na realidade, a única coisa que importa.

Incluo aqui um vídeo com a canção do Gil e a letra abaixo:



***
Preciso aprender a só ser
Gilberto Gil

Sabe, gente
É tanta coisa pra gente saber
O que cantar, como andar, onde ir
O que dizer, o que calar, a quem querer

Sabe, gente
É tanta coisa que eu fico sem jeito
Sou eu sozinho e esse nó no peito
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder

Sabe, gente
Eu sei que no fundo o problema é só da gente
É só do coração dizer não quando a mente
Tenta nos levar pra casa do sofrer

E quando escutar um samba-canção
Assim como
Eu Preciso Aprender a Ser Só
Reagir
E ouvir
O coração responder:
"Eu preciso aprender a só ser"

***

Boa meditação,

Gentil

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Por que temos medo de amar?

Uma vez, estava num programa de rádio, respondendo perguntas sobre o relacionamento humano, quando, por telefone, um rapaz me questionou por que temos medo de amar.

Não lembro o que respondi. Porém, minha resposta não deve ter sido muito satisfatória, visto que conhecia quase nada desses caminhos em mim, naqueles tempos idos. E fiquei devendo essa resposta ao ouvinte e a mim mesma.

Por isso a vontade de escrever sobre o tema. Por isso a vontade de compartilhar essas  reflexões.

O que conhecemos mesmo desse sentimento tão cantado em verso e prosa pelos poetas e por nós, pobres mortais? Todos arriscamos falar dele, tentando entendê-lo, compreendê-lo. Muitas vezes com a banalização de uma afirmação recorrente, “Eu te amo!”

Mas, de que amor mesmo estamos falando? Sabemos o que é o amor? Ou será que chamamos de amor o que não é mesmo amor?

Há dois mil anos atrás, recebemos uma lição de um homem considerado o Anjo do Amor.

Jesus Cristo é o nome dele.

Ele nos deu um testemunho de amor incondicional. Em troca lhe agredimos. Blasfemamos. Tudo porque tivemos medo do amor. Em momento algum ele deixou de nos amar. Ainda pediu ao Pai que perdoasse a nossa ignorância. Nada nos pediu, só nos deu. Se doou de corpo e alma, inteiramente, literalmente.

Lembro da canção religiosa “prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”.

Muito tempo se passou desde lá. E nós, já aprendemos a lição?

Os fatos nos mostram que não. Não aprendemos. Tantas guerras, tantos sofrimentos e dores, só refletem fora o desamor que vivemos dentro.

Ainda amamos sob condições, fazendo exigências, idealizando o próximo. E se ele não cabe na nossa forma, julgamos que não é merecedor do nosso amor.

Cazuza cantou uma canção que dizia assim: “para quem não sabe amar e fica esperando alguém que caiba nos seus sonhos”. Sábio Cazuza, já entendia que idealização não é expressão de amor. É fuga do amor.

É medo do amor.

Por não  nos sentirmos merecedores dele. Por ainda nos culparmos de não termos recebido o amor maior.

Há um pensamento em nós, que acredita que será assim para sempre, que não podemos mudar. Mas é um sistema de crenças e se ele já não nos serve mais, podemos criar outro sim. Só depende de nós. De um esforço próprio.

Creio que os primeiros passos dessa lição começam  na aceitação dos limites que nós mesmos nos impusemos. Aceitá-los é poder expandi-los.

Após toda essa reflexão, já posso responder ao ouvinte da rádio e a mim mesma, que o medo de amar, é o medo de Ser livre, de Ser grande. Nos acostumamos com nossa pequenez. Nos conformamos com o nosso desamor.

Nelson Mandela escreveu que nós não temos medo da nossa escuridão, nós temos medo mesmo é da nossa luz. É ela que nos assusta. Pois com ela nos tornamos poderosos e não sabemos lidar com esse poder, que não é o da terra.

Percamos então o medo de se ver no medo de amar!

Já podemos sonhar com o amor incondicional, o de verdade.

Esse já é um sonho meu!

Iramaia

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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ADÃO E EVA E O PECADO ORIGINAL

-Perdendo o medo de se ver no isolamento-

Lá pelos idos da década de sessenta, investida da minha natural curiosidade infantil e já nos meus questionamentos da condição humana, creio até que precocemente, perguntei à minha professorinha de terceira série primária o que significava  o pecado original. Lembro que, muito constrangida, ela me olhou desconfiada e respondeu que quando eu crescesse eu obteria a resposta que queria.

Anos se passaram. Na adolescência, pensei que aquele constrangimento da minha professorinha se devia a ela estar se referindo as questões do sexo, que tanto nos envergonhava e que ainda hoje nos envergonha, pela repressão que sofremos e nos impomos até os dias de hoje.

Muitos mais anos se passaram e a partir de ensinamentos preciosos recebidos, comecei a compreender que o mito de Adão e Eva e sua queda ou o Pecado Original que eles nos legavam, se referia na verdade à condição alienante em que nascemos. Referia-se ao esquecimento ou estado de ignorância como chegamos aqui na terra. Com uma percepção de isolamento, de separação em relação ao Todo. Entendo que esse é o nosso primeiro pecado. Esse é o Pecado Original.

A explicação sobre o mito da expulsão do paraíso: “ganharás o pão com o suor do teu rosto”, compreendo como sendo a metáfora da perda do conhecimento da origem. Pois, encarnamos e nos tornamos seres que nos esquecemos da nossa ligação com o Princípio Criador. Sentimo-nos separados, por não lembrarmos que não nos criamos e sim fomos criados e por isso mesmo fazemos parte de um Todo Cósmico.

Tenho compreendido que para ganharmos o paraíso de volta, precisamos perder o medo de nos reconhecermos no arquétipo da separação. Precisamos perder o medo de nos reconhecermos ego, condição óbvia que nos impulsiona ao egoísmo, ao isolamento. Mas ao mesmo tempo, condição também que nos permitiu e nos permite, vivermos nossas experiências únicas. São as nossas travessias próprias, com nossos erros e acertos que nos farão reencontrar o paraíso perdido, que está dentro de nós mesmos. Nesse reencontro poderemos usufruir a paz tão sonhada (para maior entendimento desse tema, recomendo a leitura e a prática da meditação Ton Glen, postada no blog do Dr. Austro Queiroz).

Passado tantos anos daquela pergunta sem resposta, aquela criança que já se sentia culpada, em pecado, hoje, adulta, inicia os primeiros passos de uma lição onde já pode entender que o Pecado Original é se pensar estar perdido da origem. Essa criança que cresceu começa a compreender que deixamos de pecar quando aceitamos a condição humana com a qual chegamos aqui na terra. Que somente aceitando que foi necessário passar por essa ilusão, vivendo sem medo as experiências egóicas, poderemos conhecer a verdade.

Verdade essa, que nós, ainda perdidos de nós mesmos, precisamos urgentemente encarnar, acessando uma consciência que, em momento algum, estivemos ou estaremos sozinhos ou isolados.

Basta levantarmos os olhos para o céu, as estrelas sempre estiveram e estarão lá, mesmo que a gente não as veja.

Iramaia